Pilares de um Planejamento Orçamentário Eficiente
5 de julho de 2023Desdobramento de Metas: O Caminho para a Excelência Organizacional
5 de julho de 2023Não existe jogo sem regras claras, e a Governança Corporativa cumpre este papel: o de fornecer um conjunto de princípios e regras que, ao serem seguidos, evitam violações éticas, dão autonomia às atividades e melhoram a transparência das informações e a reputação da organização como um todo.
Segundo o IBGC, a Governança Corporativa é definida como o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
Sua origem remete ao início da década de 90, quando os desafios da Governança Corporativa se tornaram ainda maiores com o desenvolvimento do mercado de capitais, que trouxe a distinção entre os sócios e os administradores das empresas. A partir do momento em que fundadores e proprietários deixam de ser as mesmas pessoas que administram seus negócios, surge a necessidade de se criar um novo sistema de governo organizacional baseado em regras claras de separação entre gestão e propriedade, por um lado, e remuneração do trabalho e remuneração do capital, por outro, conciliando interesses, muitas vezes, antagônicos, em prol dos interesses de longo prazo da organização.
Assim, boas práticas de Governança Corporativa passaram a ser criadas para garantirem o alinhamento preventivo em torno de temas potencialmente conflitantes, que, se não tratados, poderiam levar as organizações a um fim prematuro.
Estas práticas convertem princípios universais de Governança, a saber – Transparência, Equidade, Prestação de Contas e Responsabilidade Corporativa – em recomendações práticas e específicas na constituição dos processos, documentos e estruturas de governo das organizações, com vistas a preservar, maximizar e perenizar o seu valor.
EQUIDADE – tratamento justo e equânime de todas as partes interessadas.
TRANSPARÊNCIA – disponibilização às partes interessadas de todas as informações de seu interesse, e não apenas daquelas impostas por leis e regulamentos.
PRESTAÇÃO DE CONTAS – os agentes de governança devem ser avaliados de forma impessoal, criteriosa e tempestiva, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões.
RESPONSABILIDADE CORPORATIVA – os atos dos agentes de governança devem mirar os interesses da organização, acima de seus próprios interesses.
Se, por um lado, as Boas Práticas de Governança podem não ser aplicáveis a todo e qualquer caso, em função da natureza jurídica da organização, de seu estágio, porte e tipo de controle, e mesmo de sua Estratégia, por outro lado, os princípios são universais, e formam o alicerce sobre o qual se desenvolve a boa governança, devendo estar presentes tanto em startups em fase de ideação quanto em empresas já maduras de capital aberto.
Implantar a Governança Corporativa significa atrair investidores e desenvolver fortes relacionamentos com os clientes. Por visar ao cumprimento de leis e regulamentos, externos e internos à organização, graças à GC, a probabilidade de multas, ações judiciais e ocorrência de atos de natureza ilícita são reduzidas ou até mesmo eliminadas.
As práticas de governança também afetam positivamente o desempenho de longo prazo da empresa. Um dos motivos é que, ao criar e endereçar aos fóruns apropriados de Propriedade (Assembleia e Conselho de Sócios), Gestão (Conselhos e Comitês ligados ao Conselho) e Família (Conselho de Família) as decisões a serem tomadas, em função da sua natureza (se societária, gerencial ou familiar), a Governança Corporativa estratifica e qualifica o processo decisório, além de criar um arcabouço regulatório que previne não conformidades e antecipa seu tratamento mediante a sua eventual ocorrência.
Existe uma ligação muito forte entre adoção da governança e a rápida tomada de decisões associada a um melhor desempenho. Para ilustrar os benefícios da governança corporativa eficaz, destacamos alguns casos reais de empresas que alcançaram sucesso por meio de práticas sólidas:
Johnson & Johnson: A empresa farmacêutica estabeleceu uma estrutura de governança robusta, incluindo um Conselho de Administração diversificado e comprometido. Essa abordagem permitiu à empresa lidar com desafios regulatórios, manter a confiança dos clientes e atrair talentos qualificados, pilares que têm garantido o sucesso da companhia ao longo de décadas.
Banco Itaú: Como um dos principais bancos no Brasil, o Itaú tem se destacado na implementação de práticas de governança corporativa. A empresa criou um Comitê de Sustentabilidade e Governança para supervisionar questões relacionadas à sustentabilidade e garantir que os princípios ESG sejam integrados em suas operações diárias. Não à toa, o Itaú se tornou o maior banco privado do país!
É importante também destacar exemplos de empresas que enfrentaram desafios devido a falhas na governança corporativa:
Enron: O caso da empresa de energia Enron é emblemático. Ela enfrentou um dos maiores escândalos corporativos da história devido a práticas contábeis fraudulentas e falta de transparência. Esse caso evidenciou a importância de uma governança sólida na proteção dos interesses dos acionistas e na confiança do mercado.
Volkswagen: Outro caso bastante emblemático é o da empresa automobilística Volkswagen. a empresa foi envolvida em um escândalo de emissões de poluentes, que abalou sua reputação e resultou em graves consequências financeiras e reputacionais à cia.
Como fica claro nos exemplos e contraexemplos aqui mencionados, ao criar confiança na relação entre a EMPRESA e o MERCADO (financeiro, consumidor, de trabalho, regulador e governamental), o mesmo retribui, atribuindo um maior valor (VALUATION) ao negócio, que se torna mais atrativo ao capital financeiro e humano (este último, por eliminar “pessoalismos” e trazer critérios objetivos de contratação, promoção e acesso aos incentivos institucionais, algo imprescindível a atração e retenção de talentos humanos, em particular nas empresas fechadas de controle familiar e multifamiliar).
Esses são apenas alguns dos benefícios da adoção da Governança Corporativa.
Nossa equipe de consultores especializados pode ajudar a estabelecer estruturas de governança adequadas, avaliar e aprimorar políticas e práticas, além de fornecer treinamentos e orientações para os líderes organizacionais. Com uma governança corporativa sólida, sua empresa estará mais bem posicionada para enfrentar desafios, atrair investimentos e alcançar resultados cada vez melhores de maneira sustentável!
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